quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Era vitoriana























A Era Vitoriana no Reino Unido foi o período do reinado da Rainha Vitória, em meados do Século XIX, a partir de Junho de 1837 a Janeiro de 1901.

Este foi um longo período de prosperidade e paz (Pax Britannica) para o povo britânico, como os lucros adquiridos a partir da expansão do Império Britânico no estrangeiro, bem como o auge e consolidação da Revolução Industrial e o surgimento de novas invenções, isso permitiu que uma grande e educada classe média se desenvolvesse.

Alguns estudiosos poderiam estender o início do período à época da aprovação do Ato de Reforma de 1832, como a marca do verdadeiro início de uma nova era cultural. A Era Vitoriana foi precedida pela Era da Regência ou Período Georgiano e antecedeu o período Eduardiano. A segunda metade da Era Vitoriana coincidiu com a primeira parte da Belle Époque, ocorrido principalmente na Europa continental.

Ao final do século, as políticas do Novo Imperialismo levou ao aumento de conflitos coloniais e eventualmente, a Guerra Anglo-Zanzibari e a Guerra dos Bôeres na África. Internamente, a política se torna cada vez mais liberal, com uma série de mudanças graduais na direção de reformas políticas e ao alargamento dos direitos do voto.

Durante a Era Vitoriana a população da Inglaterra quase duplicou, passando de 16,8 milhões em 1851 para 30,5 milhões em 1901. A população da Irlanda diminuiu rapidamente, de 8,2 milhões em 1841 para menos de 4,5 milhões em 1901.

No início da Era Vitoriana, a Câmara dos Comuns foi dominada por dois partidos, os "Whigs" e os "Tories". A Partir de 1850 os Whigs são chamados de Liberais e os Tories ficaram conhecidos como Conservadores. Ambas as partes foram lideradas por estadistas proeminentes incluindo Lorde Melbourne, Sir Robert Peel, Lorde Derby, Lorde Palmerston, William Gladstone, Benjamin Disraeli e Lord Salisbury.

Eventos
1832 - Aprovação do primeiro Ato de Reforma .
1837 - Ascensão da rainha Vitória para ao trono.
1840 - A Nova Zelândia se torna uma colônia britânica, através do Tratado de Waitangi.
1842 - Massacre do exército Elphinstone pelos afegãos no Afeganistão, resultando na morte ou prisão de 16.500 soldados e civis.
1842 - O "Ato das Minas" de 1842 proíbe as mulheres e as crianças trabalhem em minas de carvão, ferro, chumbo e estanho.
1842 - O "Illustrated London News" foi publicada pela primeira vez.
1845 - A Grande Fome Irlandesa. A pior catástrofe humana do Reino Unido, a morte por inanição e a emigração em massa reduziu a população da Irlanda em mais de 50%. Essa tragédia definitivamente mudou a demografia da Irlanda e se tornou um ponto culminante do sentimento nacionalista que permeou política britânica durante a maior parte do século seguinte.
1848 - 2.000 pessoas morrem por semana, em uma epidemia de cólera.
1850 - Restauração da hierarquia católica-romana na Grã-Bretanha.
1851 - A Grande Exposição(considerada a 1° Grande Feira Mundial), realizada no Hyde Park em Londres apresentou as maiores inovações do século. Em seu centro havia o Palácio de Cristal, um enorme módulo de vidro e estrutura de ferro (a primeira do seu tipo). Essa estrutura foi condenada por John Ruskin como o modelo de desumanização no desenho, mas mais tarde veio a ser apresentado como o protótipo da arquitetura moderna.O aparecimento da fotografia, que foi demonstrada na Grande Exposição, resultou em mudanças significativas na arte vitoriana.
1851 - A Corrida do Ouro Vitoriana. Em dez anos, a população australiana quase triplicou.
1854 - Guerra da Criméia: O Reino Unido declara guerra à Rússia.
1857 - O Motim dos Indianos: Uma revolta generalizada na Índia contra a Companhia Britânica das Índias Orientais, foi impulsionado pelos Sipais (Soldados indianos à serviço da Coroa Britânica). A rebelião, que não envolveu apenas Sipais, mas muitos setores da população indiana, tendo sido dentro de um ano. Em resposta ao motim, a Companhia Britânica das Índias Orientais foi abolida em Agosto de 1858 e se inicia o período do Raj britânico.
1859 - Charles Darwin publica "A Origem das Espécies".
1861 - A morte do príncipe Albert, a Rainha se recusa a sair em público por muitos anos.
1875 - O Reino Unido compra do Egito ações sobre o canal de Suez.
1878 - Tratado de Berlim é assinado. Chipre se torna uma colônia Britânica.
1882 - As tropas britânicas começam a ocupação do Egito, a fim de assegurar uma rota comercial e a passagem para a Índia, o país se torna um protetorado.
1888 - O assassino em série conhecido como "Jack o Estripador" assassinou e mutilou prostitutas nas ruas de Londres, levando a uma e histeria e cobertura internacional da imprensa. Os jornais usaram as mortes para trazer maior foco na situação difícil dos desempregados e para atacar líderes políticos e da polícia. Apesar do assassino nunca ter sido capturado, o caso levou a renúncia de Sir Charles Warren.
1901 - Com a morte da Rainha Vitória, Eduardo, seu filho, ascende ao trono e dá início ao Período Eduardiano.

Cultura
Elementos culturais notáveis da era vitoriana incluem:

Na Arquitetura

O Reavivamento da arquitetura gótica se tornou cada vez mais significativo nesse período, levando ao conflito entre os ideais góticos e clássicos. A arquitetura para o novo Palácio de Westminster (danificado em 1834 por um incêndio) planejada pelo arquiteto Charles Barry traz elementos góticos, inspirados nas partes intactas do edifício. A intenção foi construir uma narrativa de continuidade cultural, em oposição aos violentos rompimentos culturais e artísticos como a Revolução Francesa.

Na literatura
Os romances de George Eliot, Thomas Love Peacock, Charles Dickens, Sir Arthur Conan Doyle, Anne Brontë, Wilkie Collins, Oscar Wilde, Charlotte Brontë, Emily Brontë, Walter Scott, William Makepeace Thackeray, Lewis Carroll, Robert Louis Stevenson e Thomas Hardy.
A poesia britânica de Alfred Tennyson, William Morris, Dante Gabriel Rossetti, Algernon Charles Swinburne, Matthew Arnold, Christina Rossetti, Emily Brontë, Lionel Johnson, Ernest Dowson, o jovem W.B. Yeats, Thomas Hardy, Gerard Manley Hopkins, Alfred Edward Housman e de Robert Browning.
As redações Thomas Carlyle, John Henry Newman, John Stuart Mill e Walter Pater.
A década de 1890 é de particular interesse, onde viram-se as primeiras tentativas por parte dos escritores ingleses de adotar os métodos e ideais dos simbolistas franceses.

No drama

Adaptações para os palcos do Frankenstein de Mary Shelley e do novo gênero de romances sobre vampiros. Em 1849 as histórias de Frankenstein e dos vampiros são finalmente combinadas em Frankenstein; ou A Vítima do Vampiro. Em 1887, The Model Man, uma peça teatral na qual o monstro Frankenstein e um vampiro estão no Ártico, aparece em Londres.
O drama e espírito de humor de Oscar Wilde.
Controvérsia sobre as peças de Henrik Ibsen no palco de Londres, com homens como James Joyce e George Bernard Shaw apoiando o novo estilo dramático da gelada Noruega.

Na religião

O movimento Oxford/Tractarian no início do reinado de Vitória.
Em 1865, William Booth começou o Exército da Salvação em Londres.
A ascensão da teosofia e de outros interesses ocultos na década de 1890.

Na música

A colaboração entre Arthur Sullivan, compositor, e W.S. Gilbert, libretista, um dos mais bem sucedidos duos do teatro musical e da operetta.
No esporte
Foi na época vitoriana que os esportes foram sistematizados nas escolas inglesas. Desta forma reiniciava-se a era das atividades físicas que foi interrompida por Teodósio no século IV. Este movimento foi o início do renascimento dos jogos olímpicos, que aconteceria em 1896 em Atenas, e este foi idealizado pelo Barão de Cobertin, mas o mérito deve ser dado aos primórdios da Educação Física Inglesa que já idealizava a formação do homem como um todo, nem só intelectual e nem só físico.

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Era Vitoriana - Conheça a origem dessa influência







Entre as tendências mais marcantes desta temporada, está a era vitoriana como influenciadora direta da moda dos últimos tempos. Tem sido cada vez mais comum encontrarmos nas roupas de agora traços da moda daquele período (séc XIX). Nos desfiles europeus, nas coleções para o Outono/Inverno, houveram muitas alusões ao passado, especialmente à época do reinado da rainha Vitória (1837-1901). É a moda repleta de volumes, forma balão, mangas fofas, muitos babados, rendas e gola alta. Além, é claro, das tonalidades escuras e a clássica sobriedade do preto.

O início do período vitoriano (1837- 1860) é marcado pelo extremo recato das mulheres, que tinham seus movimentos restritos pelas pesadas vestes, mangas coladas e crinolina. A aparência das damas era de vulnerabilidade, as roupas eram desenhadas para fazerem as mulheres parecerem fracas e impotente, como de fato elas eram. As cores eram claras. O espartilho, que fazia mal à coluna e deformava, inclusive os órgãos internos, as debilitava ainda mais, impedindo-as de respirar profundamente. Além de elegante, o espartilho era considerado uma necessidade médica à constituição feminina, usado, inclusive, em versões juvenis a partir dos três ou quatro anos. Os cabelos eram cacheados, o ideal de beleza do início da era vitoriana exigia às mulheres uma constituição pequena e esguia, olhos grandes e escuros, boca pequenina e ombros caídos. A mulher deveria ser algo entre as crianças e os anjos: frágeis, tímidas, inocentes e sensíveis. A fraqueza e a inanidade eram consideradas qualidades desejáveis em uma mulher, era elegante ser pálida e desmaiar facilmente. “Saúde de ferro” e vigor eram características “vulgares das classes baixas”, reservadas às criadas e operárias.

No livro “A Linguagem das Roupas”, Lurie descreve sobre o debilitante espartilho: “A mulher vitoriana usava várias camadas de corpetes. Três ou mais anáguas, uma armação de saia ou crinolina, e um vestido comprido que talvez contivesse vinte metros de lã grossa ou seda, e que freqüentemente, tinha barbatanas no corpinho e era adornado com tecido, fitas e contas complementares. Quando saía de casa, acrescentava um xale pesado e uma grande touca ou chapéu decorado com penas, flores, fitas e véu. Tudo junto, talvez carregasse de cinco a quinze quilos de roupa.”

O reinado da rainha Vitória é marcado pela instalação moral e puritanismo, ela era uma figura solene. Em 1840 ela casa-se com Albert, e este torna-se o Príncipe Consorte. Esta época é tida como o apogeu das atitudes vitorianas, período pudico com um código moral estrito. Isto dura, aproximadamente, até 1890, quando o espirituoso estilo de vida “festeiro e expansivo” do príncipe de Gales, Edward, ecoava na sociedade da época. Em 1861 morre o príncipe Albert e ela mergulha em profunda tristeza, não tirando o luto até o fim de sua vida (1902).


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre,www.modamanifesto.com/index.php?local=detalhe

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