A Catedral Ortodoxa de São Paulo
História
Por Dom Ignátios Ferzli
(in Memoriam)
Adaptação: Amin Taissun
A missão de Dom Ignatios Huraiki
O Patriarcado Ortodoxo, bastante ciente da grandeza de sua comunidade no Brasil, e conhecedor dos desejos de se ter uma Catedral em São Paulo, enviou o Metropolita de Hama, na Síria, Dom Ignatios Huraiki, no que se poderia chamar de missão diplomática. Sua estada resultou na criação da Irmandade Ortodoxa de São Paulo, na fundação da Liga das Senhoras Ortodoxas e na construção do Arcebispado. A função da Irmandade era a de captar e administrar os recursos necessários para a construção da Catedral. Assad Abdalla era o presidente e os membros da primeira comissão foram: Hanna Saad, Azem Azem, Abdo Jazra, Saba Sallum, Aziz Semim, Gattas Cury, José Yazigi, Habib Cury, Fuad Bonduki, Mussa Anauate, Rachid Bukassim, Miguel Maluhy, Elias Chedid, Jorge Mahfuz, Hátim Dumit, Jorge Hanna Saad. O arquiteto Paulo Taufic Camasmie foi escolhido para preparar o projeto igual ao da Igreja de Santa Sofia em Constantinopla. O prejeto, porém teve de ser parcialmente adaptado em função das obras de construção da estação Paraíso do metrô. O mesmo terreno abrigaria a Catedral, o Arcebispado e a Liga das Senhoras Ortodoxas com o colégio.
O Arcebispado
A família Azem custeou as obras do Arcebispado, as quais foram concluídas em 1951, atrás da Catedral.
A Catedral
Existem muitas versões para a data do início da obra, porém adota-se como oficial o dia 2 de maio de 1942. É a data da pedra fundamental segundo a biografia comemorativa de Isaías Abbud, vigário patriarcal em São Paulo de 1931 até 1958, sob o reinado do Patriarca Alexandre III. A inauguração se deu em janeiro de 1954, início das comemorações do IV centenário da cidade de São Paulo e a consagração se deu em 1958, pelo Patriarca Elias IV e hoje a integra o reoteiro turístico oficial da Cidade de São Paulo.
Os recursos para sua construção vieram de doações e contribuições das várias famílias Ortodoxas residentes em São Paulo e no interior do Brasil. Citamos, apenas algumas delas: Abdallah, Rizkallah, Azem, Cury, Semim, Maluhy, Mahfouz, Jafet, Maksoud, Habib, Bondouki, Anauate, Chohfi, Nasrallah, Narchi, Kapaz, Chedid, Sallum, Doumit, Saad, Camasmie, Jazra, Kahla, Dib, Elias, Bittar, Daher, Samara, Zarzur, Bukassim, Shahin, Yázigi, entre muitas outras.
As abóbadas centrais e os mezaninos laterais da Catedral foram pintados por Joseph Trabulsi, na década de 1950, com técnica de afresco. Já as paredes laterais e a cúpula do altar foram iconografados por Hannán Houli, entre os anos de 2000 e 2003. O iconostácio, todo em mármore de Carrara entalhado à mão teve seus ícones encomendados ao iconógrafo russo Krivotz.
A Restauração
No ano de 2004 foi dado início ao projeto de restauração da Catedral Ortodoxa de São Paulo. Este projeto, aliás extenso, teve sua primeira etapa concluída: a impermeabilização do teto, o roforço da estrutura e a recuperação da fachada utilizando-se, para tanto, os mesmos materias e cores originais da época da construção. As cúpulas também foram revestidas com lâminas de metal dourado, foram colocados holofotes no interior das torres e o carrilhão dos sinos foi recuperado.
A segunda etapa consiste na restauração dos lustres e das luminárias. Há ainda projetadas a conclusão da iconografia interna, com a recuperação dos afrescos, e a reforma do pátio, muros, portas e portões.
fonte:A Catedral Ortodoxa de São Paulo
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